Ciência e o período entreguerras: múltiplas direções
- cienciaeculturagp
- 22 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Dentre os vários capítulos que percorremos no livro organizado por André Ferrer “Física, Cultura & Ensino de Ciências”, uma questão é colocada em discussão: o papel da neutralidade na ciência e sua visibilidade nos processos históricos. É nessa questão de neutralidade tão “reverenciada” pela ciência que questionamos: Será possível uma neutralidade na ciência? Quais processos que devemos considerar para alcançá-la? Nesse último encontro, 16/10, discutimos mais um capítulo do livro intitulado “História da Ciência para o Ensino de Física como Cultura: Debates sobre a Neutralidade da Ciência no Período Entreguerras” do autor Bagdonas.
Nas primeiras páginas do capítulo, o autor coloca algumas das críticas que o Ensino de Física vem sofrendo nos últimos tempos por uma invisibilidade de uma História da Física – internalista e externalista. É nessa ocasião que repensamos o papel da história nas disciplinas científicas e também sua relevância no período chamado entreguerras. Mas, quais as relações possíveis que podemos estabelecer entre a física e o período entreguerras? Será possível pensar nessas tais relações?! E quanto ao ensino?
Outro ponto interessante: a história internalista e externalista e seus possíveis desígnios a Educação Básica. Segundo o autor, os educadores interessados pela História e Filosofia da Ciência concordam que: uma abordagem contextualizada dos conceitos é o ideal, evitando tanto a visão socialmente neutra da ciência propagada pelo ensino tradicional quanto um outro extremo. Mas, será possível que apenas os aspectos conceituais são suficientes para desmitificar a falsa ilusão de uma neutralidade na ciência?
Ademais, é colocada pelo autor que: A ciência é ou deve ser neutra? O quanto a Física foi influenciada por questões políticas, ao longo do séc. XX? A partir dessas questões é possível pensarmos que certas teorias foram desenvolvidas nesse contexto? E quanto ao papel da neutralidade na ciência que proporção tomou?! Na percepção do autor: Se na visão Positivista a ciência seria confiável por se basear em métodos empíricos a partir da segunda metade do século XX se fortaleceu a visão da ciência como uma construção humana.
Quanto um tipo de história – internalista e externalista – que desmonta todos os percalços da ciência desmotivar-nos-iam? Ou nos fariam repensar sobre as singularidades da Ciência?! E quanto às ações atuais que tentam eliminar qualquer possibilidade de discussão, quais são seus desserviços?
Fica a dica a vocês para percorrerem a mais um texto discutido pelo grupo.
Boa leitura!!!
Por Fernanda Domingos.
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